VIDA DA COMUNIDADE

VIDA DA COMUNIDADE:


Toda terça-feira grupo de oração da RCC ás 19:00 hs.


Toda quinta-feira Adoração ao Santissímo Sacramento às 19:30 hs


Reunião da equipe de Liturgia todo o sábado às 17:00 hs

terça-feira, 31 de julho de 2012

A PRÁTICA DA FÉ EM NOSSO TEMPO


Como posso viver minha fé no meio de uma sociedade marcada pela frivolidade, pelo passageiro, pelo prazeroso e pelo individualismo?


Vivemos num mundo em que o mercado se manifesta como conhecedor de nossas necessidades e nos oferece seus produtos como autêntica solução. Abrindo o jornal, quase sempre a notícia está relacionada ao econômico, ao objeto do lucro, e ele dita as normas da vivência social. Se na antiguidade eram os deuses que regiam o comportamento social, hoje é a lei do mercado gerador do lucro. Para o mercado nunca há o suficiente, ele nunca se basta. O "mercado" tornou-se "deus". Dificilmente se vê uma análise da causa do pobreza, dos benefícios restritos ou escusados dos mais necessitados, mas do lucro, sim.
Assim, Deus não é mais necessário, desde que o homem e a mulher tenham suas necessidades satisfeitas. Por que me preocupar com Deus se encontro no mercado, na técnica, na ciência as respostas para minhas perguntas?
Dentro desse universo não faltam "religiões" que buscam ir ao encontro das necessidades urgentes das pessoas. Não importa se a resposta a essas necessidades tenha fundamento ou não; o importante é que vá ao encontro daquela necessidade. Daí que buscar milagres é mais interessante que se organizar em Comunidade num trabalho intenso em favor dos pobres e mais necessitados. A resposta individual é mais interessante e importante que a coletiva.
Vivemos uma sociedade fluida em seus valores. Quer um exemplo? Sempre assistimos a defensores da ética se embrenharem pelo caminho da corrupção ou da falcatrua, aproveitando-se de posições sociais privilegiadas.
Interessante observar que vivemos em nossos dias uma fé muito pacata, pouco preocupada como os grandes valores, e uma religião bastante marcada pelos adereços externos. Visibilidade parece ter tomado o lugar da profundidade, do comprometimento. Por que não levantamos a bandeira do Evangelho para condenar atentados à vida, as atitudes de desonestidade social e para reagir diante de situações inconcebíveis? Aceitamos que não está certo, mas ficamos quietos em nosso "cantinho". Por que nos comprometer? Nada vai mudar mesmo, afirmam os pessimistas e amorfos. Continuamos a privilegiar nossa individualidade e não a coletividade.
O Evangelho de Jesus é comprometimento com a vida, com a realidade social, com os mais sofredores e excluídos. O pobre é Evangelho, e os eleitos para anunciar a verdade de Cristo não podem se esquivar de estender as mãos aos pobres.
Antes de nos preocuparmos com falta de gente em nossas Igrejas, é melhor pensarmos como propomos o Evangelho às pessoas, e isto é dever de todos os que têm fé. É preciso sim ter uma fé significativa que oriente, uma fé alegre que mostre que a mensagem do Reino não é estranha e impossível, como talvez se possa pensar. A fé autêntica que nasce do Evangelho é sempre resposta, seja qual for a situação da sociedade e a angústia ou necessidade do homem e da mulher da Modernidade.

Artigo reflexão da Revista de Aparecida
Autor: Pe. Ferdinando Mancilio, C.Ss.R.

Nenhum comentário: