VIDA DA COMUNIDADE

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domingo, 22 de julho de 2012

VINHO E SANGUE: PARADIGMA EUCARÍSTICO

Na origem da Páscoa, temos o cordeiro que é imolado, desde os tempos mais remotos da tradição hebraica. E o cordeiro está na base sacrifical da eucaristia, que passa pelo sangue, simbolizado pelo vinho da videira.
Bem sabemos que o termo "páscoa" deriva de marca. Por isso, quando Deus ordenou que fosse elimindado todo primogênito na terra do Egito, os judeus haviam recebido uma mensagem de Deus, que a casa que tivesse o sinal do sangue do cordeiro não seria visitada pela morte (EX 12, 1-36). Os judeus, desde então e pelos séculos posteriores, passaram a celebrar a Páscoa comemorando a saída do Egito. O derramamento do sangue do cordeiro é o paradigma, quer dizer, o modelo espiritual da libertação, a passagem da escravidão para a liberdade.
A partir da vinda de Jesus, essa celebração foi substituída pela ceia do Senhor, com o pão e o vinho. Deu-se a manutenção da intenção libertadora, mas realizou-se ao mesmo tempo a renovação dos fatos fundamentais: a morte do cordeiro renova-se pela oferenda do Senhor na cruz. Paulo, apóstolo de Cristo. após sua conversão, prega o evangelho em tantas comunidades e descreve como Jesus instituiu a páscoa cristã. Suas palavras retomam as narrativas dos evangelhos sinóticos, mostrando como as novas comunidades deveriam celebrar a ceia pascal, seguindo o modelo da ceia derradeira dos discípulos e do Mestre.
"Pois eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou õ pão... depois de cear tomou o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto todas as vezes que beberdes, em memória de mim. Pois todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha" (1Cor 11,23-26).
Esta passagem nos remete ao ritual do ofertória durante a celebração. Segue-se a narrativa da instituição. Assim, por meio da consagração, opera-se miraculosamente a transubstanciação do pão e do vinho no corpo e no sangue de Cristo. Sob as espécies consagradas do pão e do vinho, Cristo mesmo, vivo e glorioso, se presentifica de maneira, real e substancial, seu corpo e seu sangue, sua alma e divindade. Este dogma de nossa fé existe desde os primórdios da Igreja e foi confirmado pelos concílios, sobretudo aquele realizado em Trento (Concílio de Trento - DS 1640).
É preciso compreender o significado místico de "sangue de Cristo". Este conceito é retomado tantas vezes no novo testamento e na tradição cristã. O sangue é o derramamento da vida mais profunda de Cristo e concretiza a morte sacrifical e expiatória de Jesus em favor da humanidade. As referências ao sangue do Filho de Deus incluem a realidade de que Cristo verdadeiramente sangrou na cruz. Mais que sangrar, como ocorria com as vítimas sacrificais, Ele entregou sua vida, morrendo pelos pecadores, vale dizer, por toda humanidade. O sangue de Cristo tem o poder de expiar os pecados cometidos por um número infinito de pessoas em todos os tempos. Lembrando que todos aqueles que depositam sua fé no amor oferente de Jesus, que dizer, no seu sangue, alcançam a salvação.


Artigo Liturgia é vida da Revista O Mílite
Nº 257 - Julho de 2012
Autores: Padres Antônio S. Bogaz, Rodinei C. Thomazella e Professor João H. Hansen (Orionitas)

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